Lançamento do Projeto Okan Otum no Parque São Bartolomeu: Capacitação e Autoproteção para Lideranças Tradicionais
Em Salvador, No dia 17 de agosto, no histórico Parque São Bartolomeu, durante a oficina sobre a Convenção 169 e Protocolo de Consulta Livre, Informado e de Boa-fé, ocorreu o lançamento do Programa Okan Otum, uma nova iniciativa que busca fortalecer a luta das comunidades tradicionais.
O Programa Okan Ọtun – Coração de Direitos, tem como objetivo capacitar lideranças tradicionais, oferecendo-lhes habilidades, ferramentas e estratégias de autoproteção, além de promover a redução de riscos para aquelas sob ameaça. O nome “Okan Ọtun”, que significa “Coração de Direitos” em iorubá, reflete o compromisso do programa em atuar no centro das questões de direitos humanos, focando especialmente na proteção de defensores de territórios tradicionais.
Componentes do Programa Okan Ọtun:
O Programa Okan Ọtun é composto por diversas frentes de ação, todas voltadas para a segurança e autonomia das lideranças tradicionais:
- Capacitação e Treinamento: O programa oferece oficinas e treinamentos contínuos sobre temas cruciais, direitos humanos e técnicas de autoproteção. Essas capacitações são adaptadas às realidades específicas de cada comunidade, garantindo que as lideranças estejam preparadas para enfrentar os desafios locais.
- Criação de Redes de Apoio: O projeto fomenta a criação de redes de solidariedade entre as comunidades quilombolas e outros grupos tradicionais, possibilitando a troca de experiências e o fortalecimento mútuo. Essas redes são essenciais para uma resposta rápida e coordenada em situações de ameaça.
- Apoio Jurídico e Psicossocial: O Okan Ọtun também se preocupa com o bem-estar integral das lideranças. Além de oferecer suporte jurídico para enfrentar situações de conflito, o programa inclui o acompanhamento psicossocial, garantindo que os defensores dos territórios tradicionais recebam o apoio emocional necessário para continuar sua luta.
- Monitoramento e Documentação: Através de parcerias com organizações de direitos humanos, o projeto promove o monitoramento contínuo das ameaças enfrentadas pelas comunidades, bem como a documentação rigorosa de violações de direitos, para que possam ser denunciadas de maneira eficaz.
O lançamento do Programa contou com a presença de representantes das comunidades quilombolas de Quingoma e Alto Tororó. Fátima, líder do quilombo Alto do Tororó, destacou a importância dessa iniciativa, afirmando que o projeto é fundamental para que as comunidades se tornem mais conscientes dos riscos e ameaças que enfrentam. “Entender as estratégias para mitigar esses riscos é essencial para a nossa sobrevivência e resistência”, declarou.
Com o Okan Otum, o Assessoria Cirandas reafirma seu compromisso com a proteção dos direitos das comunidades tradicionais e com a construção de estratégias de resistência coletiva.
